A venda de seguros de saúde ultrapassou mil milhões de euros em 2021, revelou a ASF, entidade reguladora do setor, no seu relatório Prémios de Seguro Direto da Atividade Seguradora, agora publicado, em que apresentou dados preliminares do setor relativos ao ano passado.
Mais de 3,3 milhões de portugueses pagam em média 300 euros, por ano cada um, para terem acesso a seguros de saúde. Fidelidade, Ageas e Tranquilidade lideram o mercado.
O sucesso das apólices saúde tem-se acentuado desde 2015, quando os prémios emitidos pelas seguradoras no ramo doença/saúde se ficavam pelos 555 milhões de euros e o total de beneficiários era de 2 milhões de pessoas. Em junho do ano passado o número de beneficiários já ultrapassava os 3,3 milhões de pessoas.
O crescimento do ramo saúde foi mais acelerado em 2020 com a pandemia Covid-19 e com a criação de novas apólices com coberturas adicionais para responder ao novo risco. Nesse primeiro ano de pandemia, o crescimento permitiu uma atividade lucrativa para as seguradoras de 11,6% dos 940 milhões de euros de receitas de prémios. No entanto, e seguindo as informações da APS, as seguradoras precisaram de pagar 685 milhões de euros em sinistros e, depois das despesas, o lucro foi de 110 milhões de euros. No ano de 2019, esse resultado positivo tinha sido de 44 milhões.
O número de utilizadores também registou uma subida de 63%, comparando 2021 com 2015. Ainda com dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), em junho do ano passado o número de beneficiários era de 3.325. 994 e pagavam em média 300,97 euros por ano cada um. Despesa particular para, além dos impostos que pagam para financiar o Serviço Nacional (SNS), poderem dispor de uma solução alternativa de acesso a cuidados de saúde.
Ainda segundo dados da APS, o número de subscritores individuais de seguros particulares tem aumentado o peso no total dos aderentes, significa agora 43% contra cerca de 40% entre 2015 e 2019. Os restantes beneficiários são inseridos em grupo, em que os seguros de empresa predominam e onde os preços médios são mais baixos. Em junho de 2021 um subscritor individual pagava 325 euros por ano pela sua apólice, enquanto os seguros de grupos – que têm em média 22 pessoas – custavam 277 euros por ano per capita.
No entanto, a indicação de preços depende das coberturas contratadas e dos limites de capitais, fatores a que a concorrência entre seguradoras tem obrigado a aumentar para conquistarem e reterem clientes. Em 2015 o custo anual do seguro por pessoa era de 277 euros, mas desde aí os benefícios para os segurados melhoraram e o custo médio anual subiu apenas 8%.
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